Tem uma hora na vida que a gente para e pensa:

“Mulher, mulher! Mas o que é mesmo que você gosta de fazer? O que você acredita que é importante fazer? O que é que você pode fazer?  O que você quer fazer”?

O que é ‘fazer’? (Pensando nisso, um sorriso se abre no meu rosto!). Fazer é como se conduzir, como se comportar, como estar no dia a dia sendo você e estando útil para a vida, para o mundo, melhorando o viver e consequentemente melhorando o tal ‘fazer’! É nesse círculo que quero entrar!

E aí no tempo de reflexão necessário, vi a terra, a água, o fogo… E juntando a isso afeto e emoção, pronto! Foi o suficiente para enxergar o ‘fazer’ perseguido por mim…

Daí em diante, mãos à obra!  E então foi mais de um ano planejando, imaginando, juntando, consertando, aproveitando e inventando. Habilidade manual sempre tive, desde a primeira bainha feita! E isso quando eu tinha lá pelos 13 anos. Ninguém em casa sabia fazer uma bainha. Quem me ensinou? Não sei, só sei que eu sabia! Coragem também nunca faltou. E então foi um tal de correr atrás… Ai ai ai! Coisas que nem conto! (Sinto o riso vindo novamente…)

E foi assim que surgiu o BarroBahia, um ateliê de cerâmica de alta temperatura, dedicado a fazer peças que a gente use, peças que valorizem o próprio uso, que mantenham nosso ambiente saudável e que sejam agradáveis ao olhar. E tudo isso sempre envolvido na afetividade, no cuidado, no fazer de um a um. Esse é o valor do artesanal!

No mundo da cerâmica, tudo é muito natural e nada se perde. Nada mesmo! Começando que o barro já está na natureza! Aí então entram em cena as mineradoras. Elas ajeitam essa argila, limpando, processando e empacotando, acrescentando mais alguns minerais ou não. O intuito é melhorá-la e adequá-la ao uso. E até pode não haver uma empresa fornecedora. Existem ceramistas que extraem a própria argila…

Já como “massa cerâmica” ela chega em nosso ateliê.  E depois que ela já está conosco, da peça que não deu certo, das aparas de acabamento, da argila que sai na água que lava as ferramentas, tudo volta a ser modelável novamente.  Aproveitamos tudinho, reciclamos. E olha lá, a estrela da festa de volta ao palco! Da mesma forma são os esmaltes, nada se perde. Juntamos  toda raspinha, toda sobrinha. Tudo se reaproveita. Vida longa à argila!!